Na
verdade, com essas tais UPP's, o que o Estado fez foi "oficializar"
as milícias.
As
favelas cariocas (vamos deixar dessa frescura de dourar pílulas, chamando-as de
“COMUNIDADES”) vivem hoje em dia uma situação análoga a que existiu no Sertão
Nordestino, no tempo do cangaço.
Na
época, na mente dos sertanejos, circulavam pelas caatingas dois tipos de
bandidos, os cangaceiros e as volantes policiais.
Em
muitos casos, a cidade invadida pelos cangaceiros sofriam muito menos do que
aquelas que tinham o dissabor de serem invadidas pelas volantes policiais, que
chegavam barbarizando a população, matando e torturando pessoas humildes, em
busca de informações.
As
resistência dos diversos bandos de cangaceiros durante tantos anos, mesmo sendo
tão intensamente perseguidos por tropas oficiais, deveu-se em muito ao apoio
que passaram a receber da população, exatamente por conta da comparação que era
feita entre policias e bandidos, que no mais das vezes fazia com que na opinião
popular os bandidos fossem menos perigosos.
Hoje nas favelas cariocas, tal como em muitas
por esse Brasil afora, acontece exatamente a mesma coisa.