A respeito da nota publicada hoje em sua coluna, sob o título "O PISCINÃO DA DENGUE", gostaria de colaborar com alguns esclarecimentos:
1) Deve ser entendido que o custo de R$120.000,00 contemplou a construção de um conjunto de obras formado por 1 piscina especialmente projetada para permitir a prática do esporte para pacientes portadores de deficiências físicas, 2 vestiários e 1 apartamento, todos também adaptados para o uso de pessoas especiais. Essas instalações eram absolutamente necessárias tendo em vista que as acomodações disponíveis no Geraldão ficam em locais de difícil acesso para usuários de cadeiras de rodas.
2) A obra está devidamente concluída, não tendo ainda sido colocada em atividade devido a entraves burocráticos inerentes ao processo de seleção de profissionais especializados para o trabalho com pacientes portadores de deficiências. As soluções estão sendo paulatinamente encontradas, o que permitirá o uso do equipamento a partir de Janeiro de 2003.
3) A água que está acumulada na piscina tem sido objeto de intenso trabalho no sentido de que se evite a proliferação do mosquito da dengue, sendo rotineiramente tratada através da colocação de larvicida especialmente cedido pela Secretaria de Saúde da Prefeitura do Recife.
4) Em nenhum momento a diretoria do Geraldão tentou fazer dessa obra a síntese da sua administração. Até porque existe a certeza de que o melhor serviço prestado pelo Geraldão não está em obra de pedra e cal, mas no significativo volume de jovens carentes que consegue inserir diariamente nas suas diversas atividades esportivas, propiciando que tenham acesso ao lazer e a educação, através de um trabalho profícuo de professores e técnicos altamente capacitados, preocupados em criar ações para uma vida melhor.
Como gestor da coisa pública estou sempre disposto a prestar esclarecimentos, pois entendo que a abordagem direta é a melhor maneira sanar mal entendidos gerados por informações maliciosamente passadas para órgãos de imprensa por pessoas inescrupulosas.
Continuo a sua disposição para qualquer nova informação que se faça necessária.
quinta-feira, 21 de novembro de 2002
terça-feira, 5 de novembro de 2002
CIDADE DE DEUS, O FILME
O filme Cidade de Deus, que merecidamente atingiu recordes de bilheteria em todas as praças onde foi exibido, e foi escolhido como representante brasileiro ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 2003, é a prova maior de como uma obra cinematográfica, sem qualquer prejuízo para seus anseios comerciais, pode ser vista concomitantemente como entretenimento, como difusor de cultura e, principalmente, como instrumento de expansão da cidadania, através da capacidade de gerar interesse e discussão sobre temas sociais. No caso específico do filme em questão, fui imediatamente levado a analisar os fatos narrados no filme sob a ótica da teoria de formação do Estado moderno, estruturado pelo sociólogo Max Weber, concluindo que no território que serve de pano de fundo para os fatos inexiste o controle do Estado, pois o governo, seja por negligência, incapacidade administrativa, insensibilidade social, corrupção ou mesmo por opção política, foi paulatinamente deixando de atender as necessidades mínimas da comunidade, permitindo então que quadrilhas, com razoável nível de organização, passassem a atuar em ‘‘benefício’’ dessa área. Com a continuidade dessa situação, o local é transformado paulatinamente em um Estado paralelo, inclusive porque o chefe do tráfico passa a prover a população de funções sociais e de segurança, chegando ao ponto de tomar para si o ‘‘direito’’ de uso do monopólio da violência, absorvendo o privilégio de prender, julgar, condenar e executar.