quinta-feira, 6 de agosto de 2009

O DRAMA DE SARNEY: "QUEM COM FERRO FERE, COM FERRO SERÁ FERIDO"

Só não acredito que tenha sido vergonhoso para José Sarney ser obrigado a subir na tribuna do Senado, para dar explicações aos seus pares a respeito da avalanche de denúncias que têm sido assacadas contra ele, porque, infelizmente, não consigo mais acreditar que reste algum resquício de pudor aos nossos congressistas. É deprimente que alguém, na etapa final da sua vida, submeta-se aos constrangimentos pelos quais está passando o senador José Sarney, sem sequer ter o direito de se afastar do cargo. Afinal, o velho senador sabe melhor do que ninguém que continuar detendo o poder é sua única garantia de manter intacto o apoio que agora recebe dos “aliados por conveniências”, a exemplo de Renan Calheiros, Fernando Collor e o presidente Lulla. O fato é que Sarney, acostumado com as “traições” protagonizadas pela classe política, até porque a capacidade de abandonar antigos aliados, aos primeiros indícios de queda, bandeando-se para o lado dos que estavam prestes a assumir o poder, foi sua principal característica nesses cinqüenta anos de “sobrevivência” na vida pública. Sarney sabe muito bem que só pode confiar nos atuais parceiros enquanto presidir Senado e detiver o controle do PMDB, pois diante do primeiro sinal de fraqueza, esses que hoje fazem juras de lealdade eterna irão “cantar em outra freguesia”, e quem sabe até conspirar para transformá-lo em “boi de piranha”.

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