quarta-feira, 7 de março de 2012
LEI GERAL DA COPA: BASTOU AMEAÇAR COM UM "CHUTE NO TRASEIRO", PARA QUE "A COISA ANDASSE"
Apesar da teatral indignação demonstrada pelo ministro dos Esportes, o comunista Aldo Rebelo, o fato é que o secretário-geral da FIFA, Jérôme Velcke, estava absolutamente certo quando disse que “o Brasil deveria levar um chute no traseiro para acelerar as obras da Copa”, tanto assim que pouquíssimos dias depois da declaração, durante uma entrevista à imprensa internacional, a pendenga que se arrastava nos politiqueiros meandros da Comissão Especial da Lei Geral da Copa, da Câmara dos Deputados, desapareceu como que por encanto, e o texto, aceitando todas as exigências da FIFA, foi aprovada à toque de caixa, criando as condições necessárias para que seja enviada para votação no plenário da Casa.
A verdade é que seu Jérôme “acertou na veia”. Afinal, basta uma rápida olhada para nosso passado recente para perceber que a lentidão da coisa pública no Brasil funcionam, no mais das vezes, em atendimento ao conceito de “criar dificuldades para vender facilidades”, o que faz com que a melhor forma de superar obstáculos oscile entre dois posicionamentos: 1) Apelar para o “jeitinho brasileiro”, basicamente atendendo aos mesquinhos interesses daqueles que têm o poder de decisão; 2) Partir para a pressão, usando de todo e qualquer artifício que possa constranger ou intimidar aqueles que estão “protelando a solução”.
O Brasil se dê por satisfeito que entre as exigências da FIFA estejam apenas alguns itens que “estupram” nossos usos e costumes, entre os quais a extinção da meia-entrada para estudantes e a permissão para venda de bebidas alcoólicas nos estádios. Ainda bem que entre as exigências não estavam alguns outros temas igualmente polêmicos, a exemplo da liberação do turismo sexual e/ou legalização do consumo de outras drogas, além do álcool.
Nenhum comentário:
Postar um comentário