quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

É COMO DIZ A CANÇÃO: "NOSSOS ÍDOLOS ESTÃO EM CASA, CONTANDO O VIL METAL"

É com imensa alegria que registro o surgimento de resquícios de dignidade entre remanescentes daquilo que um dia foi conhecido como "as esquerdas" do Brasil. Após sentir-me pessoalmente ofendido quando alguns ex-opositores ao regime militar de 1964, deixando-se instrumentalizar por parlamentares desavergonhados, aceitaram receber dinheiro público como indenização pelos percalços sofridos em decorrência da sua militância político-ideológica. Nada mais repugnante do que ver antigos militantes clandestinos que, independente de juízo de valores, dedicaram-se de corpo e alma a uma causa, aceitar que "botem preço" no sacrifício que fizeram, como se prisões arbitrárias, torturas e, em muitos casos, a vida de companheiros mortos em combate ou sob sevícias, fossem itens capazes de serem “quitados” com o vil metal. Felizmente, enquanto muitos resolveram apequenar seus anos de militância, transformando-os em algo análogo a um mero “investimento” na busca de um futuro financeiramente mais cômodo, existem aqueles que recusam terminantemente fazer parte dessa patifaria. Esse é o caso de Anita Leocádia, filha de Luiz Carlos Prestes e Olga Benário, que recusa terminantemente a possibilidade de ser “indenizada” pelos crimes cometidos contra seus pais, inclusive a deportação de sua mãe, enviada, grávida de sete meses, para ser friamente assassinada em um Campo de Concentração Nazista. Valeu, Anita Leocádia!

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