O falecimento do ex-deputado Sérgio Murilo encerra um dos mais vergonhosos episódios da vida pública de Pernambuco. Esquerdista histórico, cassado logo após o golpe de 1964, Sérgio Murilo continuou na luta contra a Ditadura Militar, passando a advogar por presos políticos, numa época em que diversos desses “gigolôs das esquerdas”, que hoje "mamam nas tetas do Poder", preferiam ficar “entocados”, para fugir às forças de repressão. Em 1985, quando foi candidato a Prefeitura do Recife, Sérgio Murilo foi traído por muitos daqueles a quem ajudara e confiara nos anos de chumbo da Ditadura Militar, que usaram de mentiras e calúnias para denegriram sua imagem junto ao eleitorado, inclusive tendo o despudor de “boatar” que ele seria um “agente da direita”. Infelizmente, a traição dos ex-companheiros chegou concomitantemente com a grave doença que abateu Sérgio Murilo, fazendo com que, fisicamente incapacitado de defender-se das torpes acusações que lhe foram assacado, fosse forçado a abandonar a política e emergir, por mais de 20 anos, em um mundo de sofrimento e dor. Convivi com Sérgio Murilo na época em que foi alvo da maledicência dos "esquerdistas de mesa de bar", e testemunhei sua tristeza e decepção com o comportamento de gente em que confiava e admirava, a exemplo do ex-governador Miguel Arraes. Após sua morte, deu nojo ver alguns dos que o traíram em 1985, postados diante de seu caixão, derramando “lágrimas de crocodilo”.
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