"QUEM NÃO LUTA PELOS SEUS DIREITOS, NÃO É DIGNO DELES." (Rui Barbosa)



domingo, 22 de setembro de 2002

ELEIÇÃO PARA O SENADO

Quando foi candidato ao governo de Pernambuco, em 1986, o Dr. Miguel Arraes tinha uma situação eleitoral absolutamente privilegiada, apresentando nas pesquisas de opiniões percentuais que garantiam sua vitória por larga margem de votos. Ao ver consolidada a sua eleição passou a utilizar o seu prestigio junto ao eleitorado para investir maciçamente na possibilidade de eleger o segundo candidato a senador da sua chapa, já que apenas um deles, Antonio Farias, era tido como o provável eleito, juntamente com o então "imbatível" Roberto Magalhães. Em pouco tempo conseguiu modificar totalmente o quadro da disputa ao senado, garantindo a eleição de Mansueto de Lavor, fazendo com que o mesmo "tomasse" a vaga que estava "reservada" para Roberto Magalhães.
Na eleição de 2002 o quadro se repete no estado de Pernambuco. O governador Jarbas Vasconcelos tem uma posição eleitoral tão privilegiada quanto tinha Arraes em 1986, e também inicia um processo de convencimento da opinião pública em relação a necessidade de eleição do seu segundo candidato ao senado, já que apenas um deles, Marco Maciel, consta como provável eleito, juntamente com o oposicionista Carlos Wilson.
Creio que a tarefa do governador Jarbas Vasconcelos é muito mais fácil do que a que foi desempenhada por Miguel Arraes em 1986, graças a três variáveis absolutamente importantes, quais sejam:
1) Jarbas detém a estrutura do poder estadual e federal, enquanto Arraes tinha o ônus de ser oposição em todas as esferas governamentais.
2) A simples comparação entre Sérgio Guerra e Mansueto de Lavor demonstra que é bem mais fácil alavancar a candidatura do primeiro, graças as suas próprias potencialidades políticas, sua maior visibilidade, seu respaldo financeiro, sua consistência eleitoral, seu nível de influência junto a diversos municípios, etc.
3) Confrontando-se a situação eleitoral de Roberto Magalhães em 1986 com a de Carlos Wilson em 2002, fica claramente demonstrado que a tarefa de Arraes em derrotar Roberto Magalhães era infinitamente mais difícil do que a que hoje se apresenta para Jarbas Vasconcelos ao tentar derrotar Carlos Wilson, até porque enquanto RM detinha a unanimidade de apoio do seu seguimento político, o senador CW vem acumulando dia a dia novas e graves arestas com seus próprios correligionários.

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