São tão simplistas quanto cínicas as tentativas governamentais de colocar a culpa das cheias que atingiram Pernambuco e Alagoas aos efeitos climáticos. Mesmo residindo no Nordeste desde 1968, ocasião em que, por conta de atividades profissionais, comecei a transitar com regularidade pela região agora atingida pelas águas, nunca vi tanta destruição, mesmo já tendo presenciado cheias causadas por chuvas muito mais agressivas do que essa que causou o "tsunami no Nordeste". Na realidade, apesar das autoridades públicas ficarem tergiversando, elas sabem que a tragédia, apesar de ter um conjunto de fatores, decorreu principalmente de um sequencial rompimento dos muitos dos açudes que existiam nas calhas dos rios que banhavam as áreas atingidas. Essas barragens, na maioria das vezes erguidas na base do "jeitinho", com projetos aprovados politicamente e construções priorizando materiais de baixa qualidade, apresentaram falência em seus muros de contenção, formando, através do "efeito dominó", os "paredões de água" que atingiram cidades de Pernambuco e Alagoas. Só mesmo um governo especializado na arte de "tirar o seu da reta", pode culpar a natureza pelas vertiginosas correntes de água que arrastaram o que encontrou pela frente, independente de peso ou tamanho, levando mar à dentro os destroços das cidades destruídas, algumas localizadas a mais de 50 km do litoral, ao ponto de que fossem devolvidos, alguns dias depois, arremessados pelas ondas, até mesmo em praias da Paraíba. Culpa das chuvas é uma ova!!!
domingo, 27 de junho de 2010
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