SERÁ QUE O CABO ANSELMO FOI O ÚNICO "DEDO-DURO" NA LUTA CONTRA A DITADURA MILITAR?

É interessante como certos políticos ditos de esquerda não se cansam de enaltecer as heróicas façanhas vivenciadas durante o período em que militaram na luta armada contra o golpe de 64. Impreterivelmente, basta existir uma “platéia”, de preferência formada por jovens “inocentes”, para eles começarem a exaltar suas atividades clandestinas, obviamente exagerando no que julgam positivo, ao mesmo tempo em que "jogam para debaixo do tapete” fatos que possam ser vistos como comprometedores. Adoram posar de “heróis da resistência”, ao mesmo tempo em que negam terminantemente os muitos fracassos acumulados pelas muitas organizações clandestinas que atuaram contra o regime militar. Evitam, por exemplo, comentários a respeito do processo de divisão do dinheiro que acumulavam, não só com assaltos a bancos como também com as “doações” enviadas por Cuba e pela Rússia. Outro assunto evitado, são os rumores de que muitos desses autodenominados "heróis da resistência", quando estiveram presos, para melhorar suas condições carcerárias, “deduraram” seus companheiros de luta, muitos dos quais acabaram presos, torturados e mortos. É por isso que, embora desejem a abertura dos arquivos do DOPS, muitos deles temem as incômodas verdades que surgirão daquelas “caixas-pretas”, colocando abaixo a cínica versão de que o cabo Anselmo teria sido o único “dedo-duro” dos movimentos clandestinos de esquerda.