Não sei o motivo de tanta celeuma sobre a conveniência de que seja criado, no bojo da tal Reforma Eleitoral, o instituto do Financiamento Público de Campanhas. Só mesmo um bando de desocupados, tal como são os nossos congressistas, poderiam ficar perdendo tempo discutindo sobre a criação de algo que na prática já existe, e inclusive é um artifício fartamente usado pela maioria deles. Os exemplos de dinheiro público financiando campanhas eleitorais estão diariamente na imprensa, a exemplo do mais recente deles, protagonizado pelo ex-ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (PMBD-BA), que teve o cinismo de, ao dividir as verbas para prevenção de desastres referentes ao ano de 2009, alocar 45% dos recursos para a Bahia, estado pelo qual estará disputando a eleição para governador, em outubro próximo. Para que se tenha uma idéia da indignidade cometida, basta esclarecer que, enquanto a Bahia foi brindada com R$ 133 milhões dos R$ 357 milhões liberados para obras preventivas de desastres, o Rio de Janeiro recebeu apenas R$ 2,3 milhões. Este ano, para não fugir a regra, o sacripanta destinou 67% do total dos recursos que deveriam ser divididos para 78 cidades de 12 Estados, para 38 municípios da Bahia. Será possível que ainda existe alguém que seja idiota o suficiente para acreditar que todo esse "caminhão de verbas" colocadas à disposição de 38 felizardos prefeitos baianos, não tenha sido parte de um sórdido esquema usado pelo ex-ministro para "comprar" aliados que o apóiem, assim com a sua candidata presidencial, mesmo que por baixo dos panos, na eleição de outubro? Isso é financiamento público em campanha! O resto é "conversa mole pra boi dormir".
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