"DÉBÂCLE" DO FUTEBOL PERNAMBUCANO: AFINAL, CULPA É DE FATORES INTRA OU EXTRA-CAMPO?

É comum vermos torcedores do Sport e do Náutico, notadamente os que fazem parte das desorganizadas e anarquistas “torcidas organizadas”, fazendo severas manifestações contrárias às vexatórias situações dos dois clubes pernambucanos na tabela de classificação do Campeonato Brasileiro de Futebol, versão 2009. O interessante é que a ira dos torcedores normalmente é direcionada aos “roubos” dos juízes, às “armações” da CBF, ao menosprezo da “imprensa do sul”, ao amadorismo dos dirigentes dos seus clubes, ao trabalho dos técnicos das suas equipes e ao corpo-mole de alguns poucos jogadores. O problema é que tomados por paixões clubísticas, à torcida costuma, na ânsia de tapar o sol com a peneira, deixar de lado a fragilidade técnica e financeira de seus times. O fato é que, por limitações orçamentárias, os times do Recife são majoritariamente formados por jogadores importados, no mais das vezes em fim de carreira e/ou recuperando-se de contusões, que não criam vínculos com os clubes, pois sabem que estão por aqui de passagem. Enquanto isso, cegos diante dos reais problemas, os fanatizados torcedores preferem continuar endeusando os “mercenários da bola”, ao tempo em que comodamente optam por colocar a culpa dos acachapantes fracassos nos tais fatores “extra-campo”, insistindo na velha e manjada tese de que “o mundo conspira contra Pernambuco”.