Só tem duas coisas mais ridículas do que o fato do secretário de Transportes de Pernambuco, Isaltino Nascimento (PT), ser flagrado dirigindo alcoolizado, por uma blitz da “Operação Lei Seca”, realizada em uma das ruas do Bairro de Boa Viagem, no Recife.
A primeira, é a desculpa esfarrapada apresentada pelo secretário aos agentes de trânsito, à imprensa e ao governador Eduardo Campos (PSB), quando sustentou a “lorota” de que estava em casa, em uma reunião social, em meio a “comes e bebes”, quando foi acionado para resolver um problema familiar, o que fez com que pegasse seu carro para tomar as providências necessárias. Estaria tudo muito bem, se o secretário, tão zeloso no trato dos seus assuntos familiares, tivesse lembrado que existe no Recife um “negócio” chamado TÁXI, que por sinal faz parte de uma intensa campanha governamental, incentivando que todo aquele que quiser tomar suas “biritas”, evite pegar no volante, optando pelo uso desse meio de transporte.
A segunda, é a corporativista atitude do governador Eduardo Campos que, na ânsia de minimizar o fato, resolveu “passar a mão na cabeça” do secretário, declarando publicamente que “o secretário foi flagrado como cidadão comum e não como secretário”. Não sabia que em Pernambuco os secretários obedeciam a um “horário de expediente”, só estando “de serviço” durante o período em que estivessem sob a regulamentação do “relógio de ponto”.
Pressupondo-se que esse não deve ser um raciocínio restrito a Pernambuco, não custa perguntar: será que o festival de impunidades que escandaliza o Brasil, teria como base o princípio de que as “maracutaias” cometidas por agentes públicos graduados, são sempre praticadas após o “horário de expediente”, quando já teriam “virado” cidadãos comuns?
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