terça-feira, 14 de setembro de 2010
ELEIÇÕES 2010: EM SÃO PAULO, TIRIRICA ESTÁ "BOMBANDO" NAS PESQUISAS. É MOLE?
No final da década de 60, estudante secundarista no interior do estado de São Paulo, e profundamente envolvido com política estudantil, tive de buscar abrigo em Pernambuco, logo após a publicação do AI-5, onde pretendia "dar um tempo, até que as coisas esfriassem". Quis o destino que aquele jovem, então com 18 anos, adaptado aos usos e costumes de Pernambuco, optasse por não mais voltar para São Paulo, resolvendo ali cursar a faculdade e dar início a sua carreira profissional. Desde então, exatamente com conta da rotina de trabalho, tenho vindo a São Paulo com frequência, ocasiões em que pude constatar o preconceito, explícito e/ou velado, cultivado por grande parte dos paulistas em relação ao nordestinos, pejorativamente chamados de baianos. Pois bem, durante todos esses anos, um dos principais motes das críticas aos ditos "baianos" estava agregado ao que alguns pretensioso paulistas classificam de ignorância política existente no Nordeste, situação que transformaria os milhões de eleitores da região em "massa de manobra", instrumentalizada por políticos de péssima qualidade, na base do jeitinho, através da compra de votos, ou na marra, usando de instrumentos de pressão, a exemplo dos tais "currais eleitorais". Ao longo dos anos, em diversas ocasiões, tive a oportunidade de argumentar que o eleitorado de São Paulo também não pode ser visto como exemplo de cultura política, posto ser useiro e vezeiro em eleger verdadeiras "trepeças", sem qualquer noção ou compromisso político, como seus representantes no Executivo e no Legislativo. Agora mesmo, em plena campanha eleitoral de 2010, os esnobes paulistas estão prestes a dar mais uma demonstração da sua indigência política-ideológica, ao provavelmente eleger, se confirmadas as pesquisas, inclusive com votação recorde, ninguém menos que o palhaço Tiririca, um candidato que diz, entre outras baboseiras, não saber sequer o que faz um deputado. Essa é a prova cabal de que a indigência cultural que grassa entre nosso povo, longe de ser um problema característico de qualquer região geográfica, é um problema que atinge o Brasil, como um todo, transformando-nos nessa sociedade permissiva, capaz de idolatrar o "menos pior", como se fosse o suprassumo da excelência.
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