segunda-feira, 22 de agosto de 2011
ELEIÇÃO DE NATALIE LAMOUR PARA A CÂMARA FEDERAL: QUANDO A ARTE IMITA A VIDA...
Em um país onde a educação é criminosamente sucateada, como parte de uma estratégia destinada a manter a maioria população analfabeta ou, pelo menos, analfabeta funcional, permitindo a farta utilização do "escambo eleitoral" como instrumento de domínio das massas, nada mais pertinente do que o uso de telenovelas como forma de esclarecimento público. No final da novela "Insensato Coração", o desfecho da personagem Natalie Lamour, um misto de alpinista social e prostituta de luxo, interpretada pela atriz Débora Secco, não poderia ser mais esclarecedor. Ao transformar uma cidadã totalmente desprovida de preceitos éticos e morais, em representante do povo na luta contra impunidade na vida pública, os autores deram uma aula de como funciona a política brasileira, na qual alguns "partidos nanicos", de formato cartorial, criados com o único propósito de garantir a sobrevivência, inclusive financeira, de alguns espertalhões, fazem ostensivo uso eleitoreiro de personalidades com grande exposição na mídia, como forma de angariar os votos através dos quais, por conta do instrumento do voto de legenda, conseguem garantir seus próprios mandatos. Do jeito que a coisa vai, ou o Brasil faz uma Reforma Política decente, acabando com os gigolôs de partidos, ou continuaremos "enxugando gelo", nessa vergonhosa rotina de eleger candidatos exóticos, que na maioria das vezes encaram o mandato como um mero "emprego", no qual acreditam prevalecer a tristemente famosa "Lei de Gerson". Será que é isso que os teóricos chamam de "Democracia"?
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