PROGRAMA FOME ZERO

Que fique perfeitamente entendido que o programa Fome Zero, implantado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dá início a um plano complexo e sofisticado, que não deve ser visto apenas como mais uma campanha emergencial de arrecadação e distribuição de alimentos. Na verdade o programa Fome Zero pretende atuar também na raiz da questão, partindo do pressuposto que além de resolver o problema agudo, também é necessário o envolvimento de governos estaduais, municipais, ONG's, empresas e sociedade civil, na busca de soluções para itens que secularmente têm sido responsáveis pela deterioração do padrão de vida da maioria do povo brasileiro, tais como: saneamento, saúde pública, analfabetismo, reforma agrária, desemprego, etc. O programa Fome Zero não é apenas um instrumento criado para erradicar a fome em nosso país. A expectativa governamental é bem mais arrojada, pois existe a pretensão adicional de atingir êxito no combate a miséria e a exclusão social. Esse aspecto ficou absolutamente claro quando o presidente Lula, em seu discurso, durante a cerimônia de lançamento do programa, afirmou textualmente: ''É preciso dar o peixe e ensinar a pescar''.

DRA. MÉRCIA ALBUQUERQUE, MULHER CORAGEM

A morte da advogada Mércia Albuquerque empobrece a cidadania pernambucana, na medida em que fica privada de um do mais corajosos, decididos e competentes instrumentos de defesa com que sempre contaram aqueles que, por crime de opinião, viam-se perseguidos pelas malhas do poder constituído. A Dra. Mércia pautou a sua vida profissional em rígidos preceitos de justiça, ética e igualdade social, lutando tenazmente em prol da legalidade e da legitimidade dos instrumentos jurídicos. Em muitas ocasiões, no afã de defender os presos políticos submetidos aos excessos da ditadura militar, colocou em risco a sua segurança pessoal, quando, na busca de conter a insanidade das torturas, atraia para si o irascível ódio que as forças da repressão dedicavam aos acusados de subversão. Seguramente sua perda está sendo anonimamente pranteada por muitos que em um período de desespero, quando a tortura física e/ou psicológica era única realidade com que contavam, tiravam da solidariedade e da dedicação da Dra. Mércia Albuquerque os únicos resquício de esperança e de motivação, com os quais se apegavam para fugir da loucura total.

LULA: MARCANDO PRESENÇA NO MUNDO

Tal como a maioria dos brasileiros acompanhei pela mídia, repleto de orgulho e esperança, as repercussões da recente viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Europa, quando fez visitas oficiais a Suíça, Alemanha e França. Em todos os encontros em que representou os interesses do nosso país, Lula soube realçar um comportamento altivo e competente, superando as mais otimistas expectativas, até porque era a primeira oportunidade em que representava o Brasil perante líderes nações que ocupam posições de absoluto destaque no mundo globalizado em que estamos inseridos.Lula demonstrou ser um mandatário bem informado e com grande capacidade de externar simpatia pessoal e um comportamento afável, mesmo tomando posições firmes e independentes em termos políticos, econômicos e sociais.Prestigiando a língua pátria, tal como deveriam falar todos os chefes de Estados, Lula proferiu com segurança e desenvoltura discursos tecnicamente bem elaborados, fazendo-se ouvir, com atenção e respeito, por todos aos quais os seus pronunciamentos eram dirigidos, cumprindo com sucesso a pauta que havia sido elaborada pela sua assessoria diplomática.

FALTA DE RESPEITO AOS ÍNDIOS BRASILEIROS

Acompanhei indignado a cobertura da imprensa em relação a crise financeira enfrentada pelo escritório da FUNAI (Fundação Nacional dos Índio) no estado de Pernambuco, situação que tem obrigados aos indígenas que vêm ao Recife a arcarem com as suas despesas básicas, tais como traslados, refeições e hospedagens, fato que tem ocasionado constantes episódios em que índios são vistos vagando pelas ruas da cidade, vivendo as custas da caridade dos cidadãos. Sendo filho de um antigo sertanista do extinto SPI (Serviço de Proteção ao Índio), daqueles que cruzaram selvas e sertões brasileiros, embalados pelo sonho patriótico do Marechal Rondon, pude acompanhar desde a minha infância, as preocupações de meu pai com a necessidade de manter no índio o respeito pela sua dignidade, evitando que uma gente honrada e orgulhosa fosse submetida ao constrangimento de ter de mendigar para assegurar benefícios que lhes são garantidos por lei. Ao se deslocar ao Recife, principalmente em busca de assistência médica, deficientemente oferecida nas aldeias e/ou nas cidades circunvizinhas, os índios que estão sob a responsabilidade da FUNAI-PE são obrigados a fazer da caridade do povo o instrumento que substitua o respaldo que o órgão público não oferta, por absoluta incompetência administrativa.

RECIFE: A CAPITAL DOS NAUFRÁGIOS

O litoral pernambucano tem sido paulatinamente descoberto por mergulhadores de todo o Brasil, graças a crescente divulgação do excelente roteiro de exploração submarina proporcionado pelos 22 naufrágios catalogados em nossa costa, todos localizados em áreas de grande diversidade ecológica, contando ainda com o inigualável atrativo de repousarem em águas de temperatura e limpidez absolutamente perfeitas, atendendo aos mais exigentes padrões internacionais de conforto e segurança. Essa é um novo filão que poderá render excelentes dividendos para a indústria turística de Pernambuco, pois é fato estatisticamente comprovado que os praticantes do mergulho oceânico registram um tempo de permanência e um volume de gastos superiores a média dos demais visitantes. Investindo no aperfeiçoamento dos esquemas de recepção proporcionado pelas operadoras especializadas, facilitando o acesso a estrutura técnica específica para o turismo de mergulho, será possível atrair um número cada vez maior de aficionados, criando condições para que o Recife ocupe definitivamente esse rentável nicho de mercado.

EM BUSCA DE CONVERGÊNCIAS

Ao participar com a mesma desenvoltura tanto do Fórum Social Mundial, ocorrido no Brasil, quanto no Fórum Econômico Mundial, realizado na Suíça, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu uma demonstração cabal de sua capacitação política, credenciando-se como um líder capaz manter debates profícuos com representantes dos dois principais pólos de divergências entre nações ricas e pobres, quais sejam: a defesa dos interesses do capital e a busca de melhores condições de vida para habitantes dos países em desenvolvimento. Entendo que Lula queira demonstrar, ao insistir em participar de ambos os eventos, que não adianta um grupo ficar discutindo problemas sociais, acantonados em Porto Alegre-RS, enquanto outro debate prioridades econômicas, na cidade de Davos, ambos absolutamente estanques, como se a pauta de um encontro não fizesse parte das preocupações do outro. A postura de Lula espelha o seu entendimento no sentido de que somente a partir do diálogo franco e da negociação bem intencionada entre ambos os segmentos, poderão advir alternativas que realmente atendam aos anseios de paz e prosperidade de todas as nações, a partir da real possibilidade de busca de um sadio ponto de equilíbrio.

AGRESSÃO IRRESPONSÁVEL

Absolutamente inadmissível a manifestação encetada ontem em Porto Alegre-RS quando o presidente do PT, José Genoino, foi covarde e irresponsavelmente atingido por uma torta que foi arremessada em seu rosto.Na ocasião, em plena entrevista coletiva para diversos órgãos de imprensa, José Genoíno estava dissertando sobre o sentido da participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Fórum Econômico Mundial, realizado em Davos, Suíça. Esse tipo de procedimento é condenável em qualquer circunstância, porém é ainda mais irracional quando é dirigido a um dos maiores expoentes da luta pela redemocratização do Brasil, um homem que não vacilou sequer quando teve de colocar sua própria vida como moeda de garantia para a sua participação no processo político. A melhor resposta para essa fanática iniciativa partiu do próprio José Genoíno que, mantendo a postura, fez questão de retomar a coletiva com a seguinte frase: "Me sinto honrado em ter sofrido essa agressão, que é típica do anarquismo e do aventureirismo. O PT não tem nada a ver com esse tipo de manifestação de desespero e de anarquia. São essas atitudes que facilitam a guerra, a vida do presidente Bush e a globalização. Sinto muita honra de ser agredido por defender a presença de Lula em Davos".

O MAIOR CAMPEONATO DE FUTEBOL AMADOR DO BRASIL (A FESTA DO POVO)

O Recife foi brindado no sábado, dia 25/01/03, com a decisão do maior campeonato de futebol amador do Brasil, o Peladão 2002, evento que nessa edição reuniu nada menos do que 247 equipes, representando os mais diversos bairros da região metropolitana. Pela primeira vez, em seus mais de 25 anos de existência, o Peladão pode realizar suas partidas finais, decidindo os quatro primeiros colocados, em um campo de bairro, visto que anteriormente, para garantir a segurança do espetáculo, as finais eram realizadas em grandes estádios da cidade. Nessa oportunidade os organizadores resolveram levar a final do Peladão 2002 para o campo do Bueirão, situado na Vila Santa Luzia, no bairro da Torre, que tendo sido recentemente reformado pela Prefeitura do Recife, ofereceu plenas condições para que mais de 4.000 espectadores que assistissem, com conforto e segurança, a decisão do terceiro lugar, quando o time do César Móveis (Ibura) venceu o Interprado (Prado), e ao jogo entre Grêmio Esportivo Real (Mustardinha) x Fluminense Futebol Clube (Afogados), no qual a equipe do bairro da Mustardinha obteve o título de grande campeã, vencendo na disputa de pênaltis, após empates no tempo normal e na prorrogação.

REPETINDO ERROS HISTÓRICOS

Em 1933, quando Hitler rompeu ostensivamente o Tratado de Versalhes, que proibia a reativação da indústria bélica alemã, o mundo tomou a cômoda posição de fingir que não havia dolo na atitude do governante alemão. Quando Hitler iniciou um processo de expansão territorial, anexando a Áustria e a Checoslováquia, as grande nações continuaram omissas. Somente quando Hitler decidiu invadir militarmente a Polônia, Noruega, Dinamarca, Bélgica e Holanda, passando a ser uma ameaça direta para os interesses do Reino Unido, França e União Soviética, esses países iniciaram a franca contestação aos métodos do insano líder nazista. Infelizmente já era tarde e a humanidade estava condenada a viver os horrores da segunda guerra mundial, evento que custou a vida de aproximadamente 53 milhões de pessoas. Hoje em dia o planeta vive novamente a experiência de ficar a mercê das sandices de um outro líder visionário, o qual também não mede conseqüência na busca de um conflito militar do qual possa tirar dividendos políticos e econômicos. Será que mais uma vez as grandes nações ficarão simplesmente vendo os fatos acontecerem, deixando para intervir apenas quando todos os povos estiverem irremediavelmente condenados aos flagelos da terceira guerra mundial???

A FRUSTRAÇÃO DE POPÓ

Tomei conhecimento através da imprensa da vexatória situação atualmente vivida pelo pugilista Acelino Popó Freitas, campeão mundial da categoria super-pena, que devido a impossibilidade de conseguir patrocínio junto a empresas e/ou órgão públicos brasileiros, torna pública a sua decepção com a falta de apoio e reconhecimento, tendo inclusive aventado a possibilidade de buscar a drástica solução de obter da cidadania americana, através de um processo oficial de naturalização. Treinando nos EUA desde o final do ano passado Popó vem se deparando com sérios problemas financeiros para manter a estrutura ideal para manutenção de seu programa de aperfeiçoamento físico e técnico, pois com a falta de patrocínio não consegue o respaldo mínimo necessário para garantir as condições imprescindíveis de dedicação exclusiva ao esporte. Esse triste episódio retrata as precárias condições enfrentadas por todos os esportistas brasileiros, pois na medida em que o consagrado Popó, um atleta de altíssimo nível, detentor de título mundial, que seria amplamente prestigiado em qualquer país do mundo, não consegue patrocínio no Brasil, fica fácil imaginar a cruel realidade encarada por atletas menos conhecidos, condenados a bater inutilmente de porta em porta, em uma constrangedora e frustrante romaria em busca de um sonho.

REFORMA PREVIDENCIÁRIA

É impressionante a desfaçatez dos argumentos de algumas lideranças de classes profissionais ao tentar inviabilizar a reforma previdenciária elaborada pelo governo federal, com o propósito de extinguir privilégios acumulados por algumas poucas categorias, em detrimento da grande maioria da população trabalhadora do país. Destaca-se negativamente as declarações do presidente do STF, Marco Aurélio Mello, que tenta criar uma celeuma a partir de uma frágil tese que envolveria diferenças entre "Direito Adquirido" e "Expectativa de Direito".Obviamente embalados pelo mau exemplo do eminente representante do poder judiciário, que não demonstra qualquer prurido na ânsia de manter as suas próprias benesses, próceres de outras categorias também tentam marcar posição em defesa das suas vantagens previdenciárias, mesmo que para isso tenham de fazer uso de argumentos absolutamente inconsistentes, como é o caso dos militares que partem do princípio que merecem tratamento diferenciado porque "enfrentam risco de vida em tempo de guerra", esquecendo-se que os últimos conflitos bélicos em que o Brasil esteve diretamente envolvido foram a 2ª Guerra Mundial, que terminou em 1945, e Guerra do Paraguai, concluída em 1870.

REFORMA ADMINISTRATIVA NO ESTADO DE PERNAMBUCO

A reforma administrativa enviada pelo governo de Pernambuco para aprovação na Assembléia Legislativa é mais um engodo que o executivo estadual impõe a população, pois utiliza o falacioso argumento da diminuição do número de secretarias de governo como sendo um importante item na busca de uma máquina administrativa mais enxuta e menos dispendiosa. Esquece-se porém o governador de divulgar, com o mesmo estardalhaço com que fala em diminuição do número de secretários de Estado, que a reforma determina que cada secretaria remanescente, que antes contava com um adjunto, recebendo um salário de R$3.400,00, passará a contar com dois secretários-executivos, cada um deles percebendo R$6.000,00 por mês. Conclui-se que essa reforma administrativa, pelo menos a nível salarial, amplia os gastos do governo de Pernambuco com suas secretarias, o que comprova que a restrição de despesas de gastos com pessoal somente é mantida ao atingir a base da pirâmide do funcionalismo estadual, enquanto que em relação aos altos cargos existe na verdade a criação de novas vagas com polpudos vencimentos, obviamente destinadas aos felizardos que transitam nas áreas de intimidades do poder.

GEORGE BUSH: O CAVALEIRO DO APOCALIPSE

Logo após a segunda guerra mundial perguntaram ao prof. Albert Einstein a respeito das armas que poderiam vir a ser empregadas no caso de uma terceira guerra mundial. O brilhante cientista, um dos maiores gênios da humanidade, respondeu que seria impossível prever a sofisticação que a indústria bélica alcançaria nas próximas décadas, motivo porque ele não poderiam emitir uma opinião tecnicamente abalizada quanto a magnitude destrutiva do conflito. Apressou-se porém em garantir que teria condições imediatas de responder quanto aos armamentos que seriam utilizados na quarta guerra mundial: PAUS E PEDRAS. A narrativa deixa claro o imenso risco ao qual é exposto a humanidade ao ficar a mercê da política intervencionista empregada pelo presidente dos EUA, George Bush, pretenso "xerife universal", que faz das ameaças ostensivas de uso da força militar o seu melhor argumento de negociação, acarretando um nível de tensão internacional que, mais dia menos dia, através do descontrole de um conflito localizado, deflagrará a terceira guerra mundial. Não dá mais para ficar omisso. Ou marcamos posições coletivas contrárias ao estilo beligerante do presidente Bush, repelindo drasticamente a sua fixação pela guerra, ou brevemente estaremos "juntando os cacos" da civilização humana sobre a terra.

TROCA DA FAIXA PRESIDENCIAL: UM FATO HISTÓRICO

A solenidade de troca de faixa presidencial ocorrida no dia primeiro de Janeiro, em Brasília-DF, quando Fernando Henrique Cardoso entregou pessoalmente o símbolo do poder executivo brasileiro para Luiz Inácio Lula da Silva, em evento realizado sob a égide da cordialidade e do respeito aos ditames democráticos, foi um fato histórico da maior relevância, tendo em vista que durante todo o período republicano, em apenas duas oportunidades o Brasil havia testemunhado dois líderes de facções políticas distintas fazerem a troca do cargo conforme os ditames do protocolo. Para que se tenha uma idéia da importância cívica desse acontecimento, basta que fique registrado que anteriormente a troca solene da faixa presidencial, entre adversários políticos, ocorrera apenas em 1926, quando Washington Luís substituiu Artur Bernardes, e em 1951, quando Eurico Gaspar Dutra passou o cargo para Getúlio Vargas. Fica a esperança de que esse episódio seja o marco de uma nova postura que passe a nortear as próximas transmissões de cargo, até porque a possibilidade de alternância no poder é um dos preceitos fundamentais da democracia.

DESDENHANDO DA CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA

Não consigo entender a pouca repercussão de mídia obtida pelo episódio em que um senador da República, representante do estado do Rio de Janeiro, admite publicamente haver "negociado" a entrega da metade do seu mandato para o primeiro suplente, em troca de apoios políticos e eleitorais que garantissem a sua eleição. O fato é que esses senhores, que agora tentam dar ao assunto uma conotação de naturalidade, cometeram um crime gravíssimo, na medida em que, além de achincalharem a Justiça Eleitoral, simplesmente decidiram que a vontade e as conveniências de ambos seriam motivos suficientes para que modificassem "informalmente" a norma constitucional que determina 8 anos de mandato para o Senador da República, trocando um mandato de 8 por dois mandatos de quatro. Eventualmente o caso em questão veio a tona porque houve um desentendimento entre as partes na hora de cumprimento do acordo, e agora os envolvidos na maligna trama agem com a empáfia dos que se acreditam acima do bem e do mal, como se desdenhar da Constituição Federal, adaptando-a ao bel prazer, fosse algo absolutamente banal.

FECHAMENTO DO CONSERVATÓRIO PERNAMBUCANO DE MÚSICA

A atitude tomada pelo governo de Pernambuco, no sentido de fechar o Conservatório Pernambucano de Música, é um desrespeito ao povo e as tradições do nosso estado, além de ser uma iniciativa que demonstra com uma clareza cristalina a incapacidade administrativa e a falta de compromisso do gestor público com os reais interesses da população, optando sempre por soluções imediatistas, as quais invariavelmente penalizam a população por desmandos que foram cometidos a sua revelia. Afinal de contas o governo do estado tomou sozinho a decisão política de "torrar" o dinheiro obtido com a venda da Celpe nas obras da duplicação da BR-232, uma rodovia federal, que, como tal, deveria ter sido financiada por verbas federais. Ao fechar o Conservatório Pernambucano de Música, após 70 anos de funcionamento, em uma decisão unilateral, intempestiva e impertinente, sob a alegação de dificuldades financeiras, o governo estadual apunhala covardemente os princípios da cultura e da educação da nossa gente, mandando para a rua 1.200 esforçados alunos, ceifando sonhos, vocações e talentos. Infeliz do governo que fecha escolas, pois estará fadado a abrir presídios.

REDENÇÃO DA INDÚSTRIA PESQUEIRA

Com a criação na nova Secretaria Especial da Pesca, diretamente ligada ao gabinete da presidência, com status de ministério, espera-se que seja revertida a situação de penúria a que foi conduzida a indústria pesqueira no Brasil. Para que se tenha uma idéia da situação, basta verificar que em recente levantamento elaborado organizações internacionais ligadas ao setor, levando-se em conta o volume de produção de diferentes países, o Brasil, apesar de dispor de uma dos maiores espelhos de água de todo o mundo, foi relegado a um vexatório 28º lugar, ficando atrás Bengladesh, Miama, etc. Com a introdução da Secretaria Especial da Pesca no organograma do governo Lula, espera-se que o Brasil passe a dedicar ao setor pesqueiro uma atenção que possa garantir um substancial aumento quantitativo e qualitativo na sua capacidade de produção. Com um apoio governamental competente, permitindo a liberação de créditos e facilitando a exportação, será possível não só potencializar a capacidade de operacional de nossas indústrias, como também, e principalmente, melhorar o padrão de vida de mais de um milhão de pescadores artesanais que enfrentam dificuldades nas colônias de pesca espalhadas pelo Brasil.

POSSE DE LULA: MOMENTO SIMBÓLICO

Não entendo a pequena repercussão obtida por um dos mais simbólicos episódios ocorridos durante as festividades de posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Refiro-me especificamente ao momento do encontro entre Lula e FHC, no parlatório do palácio do Planalto, quando estavam se preparando para a transmissão da faixa presidencial. Ao tentar retirar a faixa FHC deixou cair seu óculos no chão. Imediatamente o já presidente Lula, pois havia sido empossado em cerimônia anterior, abaixou-se para pegar o objeto caído, devolvendo-o gentilmente para FHC. Essa cena simples, que para a maioria talvez tenha passado despercebida, demonstra de forma clara e objetiva que o presidente Lula, mesmo sob forte emoção, pois estava sendo delirantemente ovacionado por toda uma magnífica e entusiasta legião de admiradores, é regido por uma índole boa e simples, capaz de gerar, de forma absolutamente espontânea, uma incontestável demonstração de cordialidade, solidariedade, humildade, iniciativa, espírito prático, etc. Feliz do povo que será governado por alguém que mesmo vivenciando uma experiência de glória inimaginável, consegue manter o discernimento necessário para entender que continua sendo apenas um homem.

IMPLICÂNCIA COM BANDEIRAS VERMELHAS

As efusivas manifestações ocorridas na capital federal durante as festividades da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em que pese ter sido uma das mais concorridas, belas e espontâneas comemorações cívicas já ocorridas no Brasil, vem sendo alvo de ácidas críticas impostas pelas "carpideiras de plantão", sob a ridícula argumentação de que a profusão de bandeiras vermelhas desfraldadas na esplanada dos ministérios teria descaracterizado a brasilidade da festa.Acho interessante como existem pessoas que, naturalmente movidas pela amargura, ficam buscando aspectos negativos em tudo, ficando intelectualmente bloqueada a tal nível que não têm sequer o discernimento para entender que as bandeiras vermelhas presentes na posse de Lula transcendiam ao simples apoio a qualquer uma das ideologias de esquerda, sendo muito mais uma homenagem explícita ao próprio PT, um partido genuinamente brasileiro.

RECIFOLIA

O Recifolia já pertence ao calendário turístico da capital pernambucana. Sua realização é um importante instrumento para a divulgação da cidade, principalmente devido a intensa cobertura que recebe da mídia nacional e internacional. Alem de oferecer oportunidade de trabalho para uma imensa parcela da nossa população, o Recifolia também aumenta sensivelmente a arrecadação do fisco municipal, graças a intensa movimentação econômica e financeira que arrasta em seu bojo. Tendo em vista todos esses aspectos positivos agregados ao evento, considero impertinentes e despropositais as manifestações contrárias ao Recifolia, intensamente veiculadas pelos moradores da avenida Boa Viagem. Na realidade estão simplesmente tentando manter a sua privacidade e conforto, valorizando unicamente os seus interesses pessoais, sem qualquer consideração com o bem comum.A avenida Boa Viagem pertence ao povo do Recife. Não pode ser vista como sendo o jardim dos que têm poder aquisitivo para ocupar os luxuosos apartamentos situados na orla marítima. Que a Prefeitura do Recife continue pensando na coletividade e não se deixe intimidar pela intensa celeuma patrocinada por uma minoria que está preocupada apenas em preservar privilégios.

DESMENTINDO PROFECIAS NEGATIVAS

Os governos do PT têm se especializado em desmoralizar profecias caóticas plantadas por adversários políticos, em sucessivos períodos eleitorais. Tal situação remonta ainda ao tempo em que Luíza Erundina ganhou a eleição para a prefeitura de São Paulo-SP. Naquela ocasião surgiu uma rede de disseminação de boatos com o propósito de inviabilizar a administração petista. Essa estratégia não surtiu o efeito desejado porque a gestão municipal foi feita com competência e seriedade, mesmo que sem sacrifícios para compromissos populares assumidos durante a campanha. A mesma estratégia de maledicências continuou sendo montada, e continuamente desmoralizada, na medida em que o PT foi assumindo prefeituras e governos estaduais eleitoralmente estratégicos.No Recife não foi diferente. Na disputa eleitoral do ano 2000, circularam insistentes boatos de que, caso João Paulo ganhasse a eleição, o Recife seria refém de um governo popular, que permitiria a balbúrdia e "patrocinaria" invasões. João Paulo foi eleito e implantou sua administração sem que a cidade entrasse em convulsão, tal como previam os apocalípticos de plantão. A fórmula, que ao longo dos anos foi transformada em marca petista, é absolutamente simples: seriedade e competência.

REVERENCIANDO ANTIGOS COMPANHEIROS

Acompanhando as emocionantes manifestações populares ocorridas na esplanada dos ministérios, durante a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, fui compelido a pensar nos diversos companheiros que foram impedidos pelo destino de presenciar aquele momento tão ansiosamente buscado. Ao testemunhar esse magnífico fato histórico, não pude perder de perspectiva que a glória agora vivenciada é o doce fruto de uma longa e intensa militância política, durante a qual muitos brasileiros abriram mão de pensar prioritariamente em seus próprios caminhos, dedicando-se a empreitadas que buscavam o bem coletivo, mesmo que para isso tivessem de ficar expostos a sacrifícios inimagináveis. Ao ver o Brasil romper com quinhentos anos de história, entregando-se democraticamente para uma administração popular, na acepção positiva do termo, lembro com saudade de homens que tanto fizeram para que esse sonho se tornasse realidade. Para homenagear os muitos heróis que pereceram ao longo da jornada, utilizo-me da citação nominal de algumas das mais recentes baixas: João Amazonas, Mário Lago, Cândido Pinto e Bayron Sarinho.

CRISE VENEZUELANA

Quais seriam os beneficiários da derrubada do presidente Hugo Chávez do governo da Venezuela? Quais os reais interesses que motivam a oposição venezuelana a realizar uma campanha tão agressiva contra um governo que foi democraticamente eleito? Afinal de contas Hugo Chávez responde a alguma acusação formal de corrupção ou desrespeito aos princípios constitucionais do país? Na realidade o cerne da questão está no fato de que a eleição de Hugo Chávez, com maciço apoio popular, frustrou um esquema que fora montado pelos antigos partidários do ex-presidente Carlos Andrés Pérez, para continuar degradando social e economicamente a nação venezuelana, com o propósito de beneficiar as elites que se locupletavam com antigo regime de corrupção institucionalizada. Já na primeira crise internacional o presidente Lula marca posição contra a pretensão dos EUA em manter sob tutela os países da América Latina, rebelando-se contra a estratégia utilizada pelo governo Bush, que prega a não intervenção de nações vizinhas, ao mesmo tempo em que, "por baixo dos panos", dá apoio aos partidários do golpista Carlos Andrés Pérez.

VIVA O POVO BRASILEIRO!!!

Alguns poderão argumentar que houveram exageros de comportamento por ocasião da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Realmente tivemos alguns problemas para manter a integridade do protocolo previsto para a solenidade, principalmente porque foi necessário um esforço redobrado dos órgãos de segurança para manter o controle sobre o entusiasmo da multidão que resolveu marcar presença na esplanada dos ministérios, decidida a participar diretamente de um momento expressivo na história da pátria. Afinal de contas o Brasil estava rompendo uma tradição de cinco séculos, pois pela primeira vez deixava de ser governado por um nobre, um doutor ou um general, para ter o seu destino entregue a um lídimo representante das classes trabalhadoras. Com a posse de Lula o Brasil passa a ser administrado por um homem que emergiu das massas para conquistar corações e mentes, transformando-se no ponto de convergência das esperanças de todo um povo que finalmente perdeu o medo de ser feliz.